Fundado em 1927 a partir do sonho do maestro Antônio Carlos Gomes de ter um conservatório em sua cidade natal, o Conservatório Carlos Gomes é há quase um século o coração pulsante das artes em Campinas.

Após anos de projeto, o Conservatório abre suas portas em 15 de novembro de 1927.
Fundado pelo maestro italiano Giovanni Rocella, por Catharina Inglese Soares (avó de Léa Ziggiatti) e pelo professor Miguel Ziggiatti (primo de Léa), foi a primeira escola de música de Campinas.
O Conservatório obtém o reconhecimento formal do Governo do Estado de São Paulo, fortalecendo seu status institucional.
Em 1963, Léa Ziggiatti Monteiro (1927-2024) assume a direção pedagógica do Conservatório.
Musicista e educadora, ela inaugura um método inovador de Educação Artística Integrada, unindo música, dança, teatro e artes plásticas.
Sob sua liderança, o Conservatório Carlos Gomes amplia o currículo para cursos técnicos profissionalizantes (Música, Teatro, Dança) reconhecidos pelo MEC.

Professores, alunos e amigos da diretora Lea Ziggiatti Monteiro reuniram-se para planejar e construir o bandstand, inspirados num antigo portão de ferro ornamentado com uma lira. A estrutura de madeira foi montada originalmente defronte à sede histórica do Conservatório (Rua Regente Feijó), em cerimônias que atraíram músicos e público. Aquela época foi marcada por “várias manifestações culturais” na rua, levando música clássica e popular ao ar livre

Um incêndio destrói a sede original no centro de Campinas (Rua Regente Feijó). Para dar continuidade às aulas, o Conservatório divide suas atividades: o ensino infantil vai para a “Casa do Chocolate” (Rua José de Alencar) e, em seguida, a escola transfere-se para o bairro Cambuí.

É fundado o Coral Meninos Cantores de Campinas, projeto pioneiro de música coral infantil que se torna ícone cultural na cidade.
Além do coral, são lançados grupos de câmara, a Orquestra do Conservatório e a Orquestra Jovem Carlito Gomes, diversificando as atividades artísticas da instituição.

O Conservatório muda-se para uma chácara de 4 mil m². Instalado em meio à natureza, o novo espaço foi projetado para abrigar auditório, arena de apresentações e múltiplas salas de ensaio.
Em 15 de novembro de 2022 o Conservatório completa 95 anos. Na mesma ocasião, Lara Ziggiatti Monteiro, filha de Léa, assume formalmente a direção artística da Instituição.
Em janeiro de 2024 falece Dona Léa Ziggiatti, após 62 anos à frente do Conservatório. Reconhecida como “patronesse da cultura” em Campinas, ela deixa um legado de sensibilidade e acolhimento.
A filha Lara, que já dirigia as atividades artísticas, assume plenamente a direção geral do Conservatório Carlos Gomes com a mesma paixão e sensibilidade de sua mãe.
Em seus 97 anos de história, o Conservatório segue honrando o sonho de Carlos Gomes, renovando-se sob os valores de dedicação humana e inspiração artística que caracterizam sua trajetória.
Contribuição Cultural Inestimável para Campinas
Estima-se que mais de mil profissionais das artes formaram-se pelos cursos técnicos do Conservatório.
O Conservatório Carlos Gomes é considerado um símbolo de resistência cultural em Campinas.
Foi nos salões desta instituição que nasceu, há mais de meio século, a orquestra que deu origem à atual Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.
Nomes famosos da cultura brasileira iniciaram sua formação no Conservatório: a atriz Regina Duarte, por exemplo, teve aulas de interpretação enquanto criança; o artista plástico Paulo Cheida foi aluno de artes; talentos na dança, teatro e música – de Dulce Mirian Schmidt a Deise de Lucca e Paulo Steinberg – também passaram por aqui.
Legado afetivo e Missão
O Conservatório Carlos Gomes sempre foi visto por alunos, ex-alunos e professores como uma grande família. Inspirado pelo sonho de Carlos Gomes, o Conservatório reafirma seus valores humanos em cada ciclo de formandos.
D. Léa, reconhecendo suas raízes, relembra nostalgicamente os “tempos lindos, quando a arte era levada para a rua”.
Para sua filha Lara, que hoje comanda a instituição, o Conservatório “sempre foi um coração pulsando a cultura da cidade” e sua mãe, Léa, “foi a alma e o cérebro dessa instituição”. Essas palavras traduzem o carinho com que gerações inteiras enxergam o Conservatório Carlos Gomes.
